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Um método inovador

A Análise Psico-Orgânica, criada por Paul Boyesen em 1975, é um método de psicoterapia analítica com mediação corporal.

A singularidade da APO se apoia nos seguintes pilares, que, combinados, impulsionam transformações profundas:

  • Colocar o cliente no centro do processo, protagonista de sua jornada. 

  • Fazer da relação terapêutica uma alavanca de transformação profunda, promovendo a conexão e o vínculo.

  • Permitir que a pessoa reencontre sua unidade psico-orgânica, integrando o ser pensante e o ser que sente.

  • Utilizar ferramentas terapêuticas dinâmicas, alinhadas às necessidades e perfil de cada paciente.

Fazer da relação terapêutica uma alavanca de transformação profunda

 

Sabemos hoje que fatores como a aliança terapêutica – o engajamento mútuo do terapeuta e de seu paciente em colaborar – e a capacidade de empatia do terapeuta são mais determinantes do que apenas o método. É por isso que, na APO, a relação terapêutica recebe uma atenção especial.

Como na psicanálise, trabalhamos com a transferência. Esse termo designa o processo pelo qual um paciente atualiza no espaço terapêutico sentimentos, desejos e formas de se relacionar que já vivenciou com pessoas importantes de sua história. Na maioria das vezes, esse processo é inconsciente. O psicoterapeuta em  Análise Psico-Orgânica, portanto, é atento aos investimentos inconscientes dos quais ele é objeto.

Na APO, colocamos a pessoa no centro de sua experiência. Convocamos o projeto do paciente, sua escolha de experiência, sua responsabilidade e seus recursos de autocura. 

O psicoterapeuta em APO se caracteriza por sua presença empática, acolhedora, “encarnada” e engajada a serviço do processo do paciente. Ele o acolhe e o escuta, ajudando-o a identificar o que o influencia, utilizando a análise de seu próprio sentir corporal e emocional para adaptar suas intervenções terapêuticas. Como destaca Éric Champ na obra A Análise Psico-Orgânica: As Vias Corporais de uma Psicanálise, o psicoterapeuta não pode permanecer em uma receptividade passiva, esperando que o paciente se coloque no trabalho. Ele é o iniciador, acompanhador e guardião do processo terapêutico. Isso não se improvisa e requer uma formação que desenvolva competências relacionais, tecnicidade articulada às ferramentas terapêuticas do método utilizado, e habilidades para navegar nas paisagens da subjetividade humana, com suas sombras e luzes.

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O cliente no centro do processo
 

A APO é uma psicoterapia não-diretiva, fundamentada no princípio do que emerge em cada sessão : o cliente traz para o setting, por meio de suas motivações conscientes e inconscientes, sua demanda e o conteúdo a ser trabalhado. Ele desenvolve um processo terapêutico que a Análise Psico-Orgânica acompanha e estrutura.

A psicoterapia em APO não é apenas uma forma de aliviar sintomas, sofrimentos e angústias. Ela tem uma função maior: permitir a realização mais completa do sujeito. O clínico não escuta apenas o que está bloqueado ou reprimido, mas também o que a pessoa deseja realizar e que ainda está à espera de se concretizar para alcançar uma maior completude de si mesma. Postulamos a existência de um "núcleo saudável" em cada pessoa, que busca se realizar.

Utilizar ferramentas terapêuticas dinâmicas 

A APO é, ao mesmo tempo, uma teoria e um método terapêutico composto por diversas ferramentas. Apresentaremos aqui, prioritariamente, algumas ferramentas terapêuticas básicas.

Para o terapeuta APO, o inconsciente é situacional. O sujeito escolhe, inconscientemente, viver situações no presente que o colocam em contato com o não vivido ou o não realizado de situações anteriores. Ele busca, assim, viver e realizar hoje o que não pôde viver e realizar no passado, ativando, por vezes, dolorosas repetições. Em momentos oportunos, podemos propor ferramentas que o ajudem a explorar situações de sua vida passada ou atual, identificando o que não foi vivido nelas e o que ele teria necessidade de ter vivido.

Permanecer mais tempo no aprofundamento da experiência, em vez de se precipitar em sua interpretação, é um processo muito frutífero em terapia. Isso permite estar presente à qualidade da experiência e, assim, transformá-la de forma mais eficaz.

Para esse fim, o PIT (trabalho sobre o impulso primário) é uma ferramenta terapêutica potente para a exploração e transformação de situações de sofrimento trazidas pelo cliente. O PIT se divide em PIT elementar e PIT avançado.

O PIT elementar consiste em criar as condições para que o paciente possa apreender de forma diferente as situações de sua história e se posicionar de outra maneira em relação a elas, tanto a partir de uma abertura ao seu sentir orgânico e emocional, quanto por meio de um trabalho de expressão.

O PIT avançado se baseia nas imagens que chamamos de simbólicas, que cada um de nós traz dentro de si. Elas carregam nossas expectativas e sustentam nosso desejo de viver. O trabalho do PIT avançado também toma a forma de uma visualização guiada. Para mais detalhes, consulte a obra A Análise Psico-Orgânica: As Vias Corporais de uma Psicanálise.

A psicoterapia em APO propõe um trabalho mais próximo das sensações e utiliza imagens como uma poderosa alavanca de transformação (visualizações guiadas, sonhos noturnos etc.).

A Análise Psico-Orgânica também se apoia nas bases diagnósticas da psicopatologia para orientar os processos terapêuticos. 

Além das ferramentas acima, dentro de uma perspectiva psico-corporal, a APO também utiliza de dispositivos como a respiração, o toque, o movimento, a expressão corporal, falada, escrita e gráfica, entre outros, compondo um amplo repertório de intervenções, sempre apresentadas como “convites” ao cliente e alinhadas às necessidades de cada sessão/situação apresentada. 

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Permitir à pessoa reencontrar sua unidade psico-orgânica de um ser pensante e que sente. 

 

A singularidade da APO é permitir à pessoa estar atenta à qualidade de sua experiência, ou seja, à qualidade do que ela vivencia na sessão e, mais amplamente, em sua existência. E isso ocorre em três níveis:

  • O nível do corpo, local das sensações corporais e das manifestações neurovegetativas

  • O nível do pensamento, da reflexão, das imagens e do sentido

  • O nível do coração (que chamamos de "conexão orgânica"), local das emoções e dos sentimentos

O terapeuta pode se dirigir a cada um desses níveis, mas seu foco principal é trabalhar nas conexões entre eles, trazendo fluidez ao funcionamento da pessoa. O paciente pode, assim, encontrar progressivamente sua unidade psico-orgânica, integrando o ser humano que pensa e sente.

A atenção dada às articulações ou disfunções entre sensação, sentimento e pensamento permite uma profunda conexão entre:

  • O sentido que damos à nossa vida;

  • A maneira como a sentimos e a encarnamos.

Segundo a APO, o alívio do sofrimento, a realização dos desejos e a transformação profunda só podem ocorrer se o sentir corporal e emocional for "simbolizado", ou seja, integrado pelo pensamento. Inversamente, a compreensão intelectual por si só não é suficiente sem a percepção corporal e/ou emocional.

Como afirma Marc Tocquet em sua obra Eu sou um corpo que pensa: Por uma terapia corpo-mente: "Todo fenômeno humano mistura de maneira indissociável uma dimensão orgânica e uma dimensão de sentido. É a ligação e o jogo entre esses dois níveis que o trabalho deve visar. É a partir disso que uma simbolização do que a pessoa vive é possível. E é essa simbolização, associando a vivência orgânica e a palavra, que permite que uma real transformação ocorra."

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